quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Construir um herbário

Vais precisar de:



  • flores/folhas
  • papéis mata-borrão*
  • 1 livro/caderno grosso

PASSOS:

  1. Quando fores dar um passeio, colhe flores de diferentes espécies com as respectivas folhas.
  2. De regresso a casa pega num mata-borrão e coloca por cima uma flor bem espalmada. Coloca por cima um segundo mata-borrão, em seguida uma segunda flor, depois um terceiro mata-borrão e assim sucessivamente.
  3. Coloca o livro grosso sobre os papéis mata-borrão, e espera um semana. Quando as flores estiverem bem secas, podes cola-las num caderno e anotar os seus nomes.

* - Papel sem cola, próprio para absorver a tinta de escrever fresca.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Histórias de Mia Couto


O gato e o escuro


Vejam, meus filhos, o gatinho preto, sentado no cimo desta história.
Pois ele nem sempre foi dessa cor.

Conta a mãe dele que, antes, tinha sido amarelo, às malhas e às pintas.
Todos lhe chamavam o Pintalgato.

Diz-se que ficou desta aparência, em totalidade negra, por motivo de um susto.
Vou aqui contar como aconteceu essa trespassagem de claro para escuro.
O caso, vos digo, não é nada claro.

Aconteceu assim:
o gatinho gostava de passear-se nessa linha onde o dia faz fronteira com a noite.
Faz de conta o pôr do Sol fosse um muro.
Faz mais de conta ainda os pés felpudos pisassem o poente.
A mãe se afligia e pedia:
- Nunca atravesse a luz para o lado de lá.

Essa era a aflição dela, que o seu menino passasse além do pôr de algum Sol. O filho dizia que sim, acenava consentindo.

Mas fingia obediência.

Porque o Pintalgato chegava ao poente e espreitava o lado de lá.
Namoriscando o proibido, seus olhos pirilampiscavam.

Certa vez, inspirou coragem e passou uma perna para o lado de lá, onde a noite se enrosca a dormir.

Foi ganhando mais confiança e, de cada vez, se adentrou um bocadinho.

Até que a metade completa dele já passara a fronteira, para além do limite.

Quando regressava de sua desobediência, olhou as patas dianteiras e se assustou.

Estavam pretas, mais que breu.

Escondeu-se num canto, mais enrolado que o pangolim.
Não queria ser visto em flagrante escuridão.

Mesmo assim, no dia seguinte, ele insistiu na brincadeira.
E passou mesmo todo inteiro para o lado de além da claridade.
À medida que avançava seu coração tiquetaqueava.
Temia o castigo. Fechou os olhos e andou assim, sobrancelhado, noite adentro. Andou, andou, atravessando a imensa noitidão.

Só quando desaguou na outra margem do tempo ele ousou despersianar os olhos. Olhou o corpo e viu que já nem a si se via. Que aconteceu? Virara cego?
Por que razão o mundo se embrulhava num pano preto?

Chorou.
Chorou.
E chorou.

Pensava que nunca mais regressaria ao seu original formato.
Foi então que ouviu uma voz dizendo:
- Não chore, gatinho.
- Quem é?
- Sou eu, o escuro. Eu é que devia chorar porque olho tudo e não vejo nada.

Sim, o escuro, coitado. Que vida a dele, sempre afastado da luz!
Não era de sentir pena? Por exemplo, ele se entristecia de não enxergar os lindos olhos do bichano. Nem os seus mesmo ele distinguia, olhos pretos em corpo negro. Nada, nem a cauda nem o arco tenso das costas. Nada sobrava de sua anterior gateza.
E o escuro, triste, desabou em lágrimas.

Estava-se naquele desfile de queixas quando se aproximou uma grande gata. Er a mãe do gato desobediente. O gatinho Pintalgato se arredou, receoso que a mãe lhe trouxesse um castigo. Mas a mãe estava ocupada em consolar o escuro. E lhe disse:
- Pois eu dou licença a teus olhos:
fiquem verdes, tão verdes que amarelos.

E os olhos do escuro de amarelaram. E se viram escorrer, enxofrinhas, duas lagriminhas amarelas em fundo preto.
O escuro ainda chorava:
- Sou feio. Não há quem goste de mim.
- Mentira, você é lindo. Tanto como os outros.
- Então porque não figuro nem no arco-íris?
- Você figura no meu arco-íris.
- Os meninos têm medo de mim. Todos têm medo do escuro.
- Os meninos não sabem que o escuro só existe é dentro de nós.
- Não entendo, Dona Gata.
- Dentro de cada um há o seu escuro. E nesse escuro só mora quem lá inventamos. Agora me entende?
- Não estou claro, Dona Gata.
- Não é você que me te medo. Somos nós que enchemos o escuro com nosso medos.

A mãe gata sorriu bondades, ronronou ternuras, esfregou carinho no corpo do escuro.
E foram carícias que ela lhe dedicou, muitas e tantas que o escuro adormeceu. Quando despertou viu que as suas costas estavam das cores todas da luz.
Metade do seu corpo brilhava, arco-iriscando. Afinal?
O espanto ainda o abraçava quando escutou a voz da gata grande:

- Você quer ser meu filho?

O escuro se encolheu, ataratonto.
Filho?
Mas ele nem chegava a ser coisa alguma, nem sequer antecoisa.
- Como posso ser seu filho se eu nem sou gato?
- E quem lhe disse que não é?
E o escuro sacudiu o corpo e sentiu a cauda, serpenteando o espaço. Esticou a perna e viu brilhar as unhas, disparadas como repentinas lâminas.
O Pintalgato até se arrepiou, vendo um irmão tão recente.

- Mas, mãe:
sou irmão disso aí?
- Duvida, Pintalgatito?
Pois vou-lhe provar que sou mãe dos dois.
Olhe bem para os meus olhos e verá.

Pintalgato fitou o fundo dos olhos da sua mãe, como se se debruçasse num poço escuro. De rompante, quase se derrubou, lhe surgiu como que um relâmpago atravessando a noite.

Pintalgato acordou, todo estremolhado, e viu que, afinal, tudo tinha sido um sonho. Chamou pela mãe. Ela se aproximou e ele notou seus olhos, viu uma estranheza nunca antes reparada. Quando olhava o escuro, a mãe ficava com os olhos pretos. Pareciam encheram de escuro. Como se engravidassem de breu, a abarrotar de pupilas.
Ante a luz, porém, seus olhos todos se amarelavam, claros e luminosos, salvo uma estreitinha fenda preta.

Então, o gatinho Pintalgato espreitou nessa fenda escura como se vislumbrasse o abismo.
Por detrás dessa fenda o que é que ele viu?
Adivinham?
Pois ele viu um gato preto, enroscado do outro lado do mundo.


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Raízes


Uma vez um homem deitou-se, todo, em cima da terra. A areia lhe
servia de almofada. Dormiu toda a manhã e quando se tentou levantar não
conseguiu. Queria mexer a cabeça: não foi capaz. Chamou pela mulher e
pediu-lhe ajuda.

- Veja o que me está a prender a cabeça.
A mulher espreitou por baixo da nuca do marido, puxou-lhe
levemente pela testa. Em vão. O homem não desgrudava do chão.
- Então, mulher? Estou amarrado?
- Não, marido, você criou raízes.
- Raízes?

Já se juntavam as vizinhanças. E cada um puxava sentença. O
homem, aborrecido, ordenou à esposa:
- Corta!
- Corta, o quê?
- Corta essa coisa das raízes ou lá o que é…
A esposa puxou da faca e lançou o primeiro golpe. Mas logo parou.
- Dói-lhe?
- Quase nem. Porquê me pergunta?
- É porque está sair sangue.
Já ela, desistida, arrumara o facão. Ele, esgotado, pediu que alguém
o destroncasse dali. Me ajudem, suplicou. Juntaram uns tantos, gentes da
terra. Aquilo era assunto de camponês. Começaram a escavar o chão, em
volta. Mas as raízes que saíam da cabeça desciam mais fundo que se podia
imaginar. Cavaram o tamanho de um homem e elas continuavam para o
fundo. Escavaram mais que as fundações de uma montanha e não se
vislumbrava o fim das radiculações.
- Me tirem daqui, gemia o homem, já noite.
Revezaram-se os homens, cada um com sua pá mais uma enxada.

Retiraram toneladas de chão, vazaram a fundura de um buraco que nunca
ninguém vira. E laborou-se semanas e meses. Mas as raízes não só não se
extinguiam como se ramificavam em mais redes e novas radículas. Até que
já um alguém, sabedor de planetas, disse:

- As raízes dessa cabeça dão a volta ao mundo.
E desistiram. Um por um se retiraram. A mulher, dia seguinte,
chamou os sábios. Que iria ela fazer para desprender o homem da inteira
terra? Pode-se tirar toda a terra, sacudir as remanascentes areias, disse
um. Mas um outro argumentou: assim teríamos que transmudar o planeta
todo inteiro, acumular um monte de terra do tamanho da terra. E o
enraizado, o que se faria dele e de todas suas raízes? Até que falou o mais
velho e disse:
- A cabeça dele tem que ser transferida.
E para onde, santos deuses? Se entreolharam todos, aguardando
pelo parecer do mais velho.
- Vamos plantar a cabeça dele lá!
E apontou para cima, para as celestiais alturas. Os outros devolveram
a estranheza. Que queria o velho dizer?
- Lá, na lua.
E foi assim que, por estreia, um homem passou a andar com a
cabeça na lua. Nesse dia nasceu o primeiro poeta.

sábado, 15 de agosto de 2009

Origem do futebol: diferentes nacionalidades


Chineses

Na China, surgiram as primeiras formas de jogo que se assemelham mais ao futebol de hoje. Era de costume chutar crânios de inimigos derrotados e só muito mais tarde é que esses crânios foram substituídos por bolas de couro, cheias com cabelos, com a finalidade de treinar soldados. Em 206 a. C. foi publicado um livro regulamentando um jogo de aplicações no treino militar. O jogo era disputado por 16 jogadores que se dividiam em duas equipas.


Gregos


Na Grécia, existiu um jogo chamado “Epyskiros” que, também tinha a função de treinar militares. O “Epyskiros” era disputado num campo rectangular, por duas equipas de 9 jogadores. Na cidade de Esparta, a bola era feita com uma bexiga de boi cheia com areia, os campos eram maiores e o número de jogadores subiu para 15 por time.


Astecas


No México e na América Central, a bola era de borracha (a matéria-prima utilizada era a árvore da borracha) e, segundo os da selva amazónica, a tradição do jogo tem origens muito remotas. “Não lançam com o pé, como nós, mas com a parte superior dos pés descalços” afirmou um sacerdote espanhol, do século XVIII. A bola era, geralmente jogada com o antebraço, mas as pinturas de Teotihua Cáne e de Chichén-Hzá revelam que em certos jogos se chutava a bola com o pé e com o joelho. O jogo só terminava quando amanhecia e, a equipa vencedora era sacrificada. Antes de serem sacrificados, os seus corpos eram pintados com faixas vermelhas e, só depois é que lhes cortavam a cabeça e o seu sangue era oferecido aos céus, para que estes fossem generosos e à terra, para que esta fosse fértil.


Romanos


Na Roma (aproximadamente na Idade Média) surgiu o “Harpastum”, que derivou do “Epyskiros”. O “Harpastum” era um jogo de militares que se dividiam em defensores e em atacantes.


Italianos


Foi em 1529, na actual Itália, que surgiu o jogo “Gioco Del Calcio” destinado à nobreza, que tinha 2 juizes e era disputado com 27 jogadores de cada lado, com posições fixas mas, agora já não eram permitidos socos e pontapés.


Ingleses


Foi na segunda metade do século XVII, que o jogo “Gioco Del Calcio” foi para a Inglaterra. O terreno tinha que medir 120 metros por 180 metros e nas suas extremidades havia dois postes de madeira, denominados de gol (do inglês “goal”, que significa objectivo).


Maias


No México e na América Central, os Maias jogavam o “Jogo Da Péla” em que a bola era de borracha (a matéria-prima utilizada era a árvore da borracha). O objectivo do jogo consistia em fazer passar uma pesada bola através de um pequeno anel de pedra. Não era permitido aos jogadores tocar na bola nem com as mãos nem com os pés, e apenas com os ombros, os joelhos e as ancas. No final do jogo, o capitão da equipa vencida, era sacrificado com orgulho.


Egípcios


Os egípcios também se divertiam chutando uma bola desde os tempos antigos.
Foi pelos pés dos legionários romanos que o jogo chegou à Inglaterra, mas o futebol das Ilhas Britânicas era violento.





sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Gripe A: informações.

O Ministério da Saúde português divulgou conselhos para grávidas, enquanto grupo de risco, prevenirem a propagação de vírus e protegerem a sua saúde e a do bebé. A Organização Mundial da Saúde mantém o nível 6 de pandemia.


Algumas centenas de portugueses já contraíram gripe A mas, na maioria dos casos, as formas da doença são ligeiras e as pessoas infectadas já tiveram alta. Quem esteve doente fica imune e pode cuidar sem riscos de quem tem o vírus. Ainda não se sabe se a vacina vai estar disponível antes de Outubro, quando se prevê o maior pico de gripe A.
Os hospitais dispõem de Tamiflu e Relenza, medicamentos antivíricos para combater a infecção. Os doentes com sintomas gripais são aconselhados a ficar em casa 7 a 10 dias, período de contágio. As pessoas que voltam de regiões contaminadas podem ser monitorizadas à chegada e informadas das medidas a adoptar caso surjam sintomas.

O que é gripe A?

Trata-se de uma doença respiratória aguda, causada pelo vírus da gripe de tipo A. A taxa de mortalidade é, até à data, baixa e a doença demora entre 7 e 10 dias a desaparecer. Actualmente, há três subtipos: H1N1, H1N2 e H3N2. O surto que surgiu inicialmente no México e nos Estados Unidos e se tem disseminado pelo Mundo, atingindo mais de 70 países, é causado por uma variante do H1N1.

Como se transmite?

Pode ser transmitido entre humanos. Contém genes das variantes humana, aviária e suína do vírus da gripe. Entre humanos, a gripe A transmite-se como a gripe sazonal, através da tosse e espirros. O contágio pode também ocorrer ao tocar em objectos contaminados com o vírus e levar as mãos à boca ou nariz. Não se transmite pelo consumo de carne de porco ou seus derivados (por exemplo, chouriço). As elevadas temperaturas de cozedura eliminam o vírus.

Quais os sintomas?

São semelhantes aos da gripe sazonal, ou seja, febre, dores no corpo e de cabeça, dificuldades respiratórias, como tosse, espirros e nariz a pingar. Por vezes, causa perda de apetite, náuseas, vómitos e diarreia.

Como se diagnostica?

O diagnóstico é feito pela análise das secreções respiratórias ou sangue.

Qual o tratamento?

Tal como a gripe sazonal, a gripe A trata-se com analgésicos, repouso e muitos líquidos. Nalguns casos, os médicos podem prescrever antivíricos (Tamiflu ou Relenza). Contudo, a Organização Mundial da Saúde refere que a maioria dos pacientes restabelece-se sem necessidade desses medicamentos. De nada serve tomar antibióticos, pois não têm efeito sobre o vírus. A vacina da gripe normal também não protege. Ainda não se sabe se a vacina para este vírus vai estar disponível antes de Outubro, quando se prevê o maior pico de gripe A.

Os antivíricos podem ser usados de forma preventiva?

Estes medicamentos podem ser usados como prevenção, se teve contacto próximo com alguém infectado. Contudo, deve falar primeiro com um médico, já que podem surgir efeitos secundários não negligenciáveis, além de o uso indiscriminado pode criar resistências ao mesmo pelo vírus.
Os medicamentos vendidos pela Net são desaconselhados, sobretudo porque nem sempre há garantias quanto à sua origem e qualidade. A maioria dos doentes com gripe A não precisa desta medicação, pois tem formas ligeiras da doença. Contudo, em caso de necessidade, os hospitais têm reservas significativas de antivíricos.
Quem teve gripe A fica protegido contra o vírus e pode cuidar de quem está doente sem riscos.

Como evitar o contágio?

Perante sintomas gripais, evite a transmissão de microrganismos:
lave frequentemente as mãos durante, pelo menos, 20 segundos, com água e sabão, sobretudo depois de espirrar ou tossir;
cubra a boca e nariz quando espirrar ou tossir, de preferência, com um lenço de papel;
evite levar as mãos aos olhos, boca e nariz;
utilize lenços de papel e deite-os fora, em sacos de plástico fechados;
limpe superfícies sujeitas a contacto manual (como maçanetas das portas) com um produto de limpeza comum;
se estiver num país onde existe um surto, evite locais com grande afluência, como centros comerciais, e o contacto com doentes. Ligue para as linhas telefónicas de aconselhamento ou dirija-se aos serviços de saúde locais, se tiver febre alta e sintomas gripais (tosse seca, dores no corpo e de cabeça, falta de ar, vómitos e diarreia).

Qual a melhor forma de lavar as mãos?

A medida mais eficaz é lavar frequentemente com água e sabão durante, pelo menos, 20 segundos. Quando não for possível e desde que as mãos não estejam visivelmente sujas, pode usar toalhetes descartáveis, soluções e gel de base alcoólica, à venda nas farmácias e nos supermercados.

Como tratar um doente?

O doente deve ficar num quarto isolado durante 7 dias, com uma casa de banho exclusiva, de preferência, sem receber visitas. Caso tenha de sair para ir ao médico, por exemplo, deve usar máscara. Quando tossir, cubra a boca com um lenço de papel e deite-o fora, fechado num saco de plástico.
Quem trata do doente deve evitar o contacto próximo. Se não for possível, por ser uma criança pequena, use máscara e lave bem as mãos após o contacto.
Não partilhe toalhas de banho, pratos, copos e talheres. As toalhas e lençóis devem ser lavados a elevadas temperaturas. Limpe e areje diariamente o quarto e a casa de banho. Coloque os panos ou toalhetes de limpeza no lixo.

O que deve fazer quem regressa de uma zona afectada?

A Direcção-Geral da Saúde recomenda a monitorização do estado de saúde durante 7 a 10 dias após o regresso, mas apenas se esteve em contacto com um doente. Em caso de sintomas gripais, nos 7 a 10 dias após o regresso, deve ficar em casa e evitar contacto como outras pessoas. Logo que possível, ligue para a Linha Saúde 24 (808 24 24 24): um técnico de saúde irá fazer-lhe algumas perguntas para perceber se pode tratar-se de gripe H1N1 e, nesse caso, orientá-lo para os serviços competentes.

Como explicar a situação às crianças?

As notícias alarmantes podem gerar muitas dúvidas e ansiedade nas crianças. Deixe-as expressar-se sobre o assunto e responda às perguntas de forma clara e simples. Refira que estão seguras em casa e na escola: os adultos sabem o que fazer e tratarão delas se adoecerem. Explique alguns cuidados: lavar muitas vezes as mãos com água e sabão e não levar as mãos aos olhos, boca e nariz. Mostre-lhes a importância de dormir, comer bem e fazer exercício físico para ser saudável. Procure manter as rotinas do seu filho, evite ver constantemente as notícias na televisão e na Net sobre o assunto e expô-lo a eventuais comentários alarmistas entre adultos.

Que cuidados devem ter as grávidas?

As mulheres grávidas podem ter complicações graves com a gripe A, como acontece com a gripe sazonal, mas não têm mais probabilidades de contrair esta infecção. Como ainda não existe vacina, se estiver grávida, aposte na prevenção e siga os conselhos para evitar a propagação do vírus:
cubra o nariz e a boca com um lenço de papel sempre que tossir, espirrar ou alguém o fizer perto de si. Depois, deite o lenço no lixo;
lave frequentemente as mãos com água quente e sabão, durante 40 a 60 segundos, especialmente após espirrar ou tossir. Se utilizar um gel para as mãos à base de álcool, não adicione água e espalhe-o até evaporar ou secar;
em ambientes muito movimentados, evite tocar nos olhos, nariz e boca, antes de lavar as mãos, pois o vírus também se propaga deste modo;
reduza as suas saídas e evite o contacto com pessoas doentes;
se for aconselhado, use correctamente uma máscara facial quando contactar com um doente.
Se esteve próximo de alguém infectado ou em tratamento por exposição ao vírus da gripe A, contacte a Linha Saúde 24 pelo 808 24 24 24 e esclareça se precisa de tratamento para reduzir as hipóteses de adoecer. Preste atenção especial ao seu corpo e ao que está a sentir (ver Quais os sintomas?). Se sentir sintomas ligeiros de gripe, permaneça em casa e limite o contacto com outras pessoas.No tratamento da gripe, é muito importante manter a temperatura nos valores habituais para a saúde do bebé. O Paracetamol é o mais indicado durante a gravidez: pode tomar 1gr em cada 8 horas. Beba água ou outros líquidos em abundância. Se tiver dúvidas, contacte a Linha Saúde 24 pelo 808 24 24 24. Antivirais como o Tamiflu ou Relenza, só com prescrição médica. Não estão descritas complicações na grávida ou no feto com a toma destes fármacos.

Como proteger os bebés?

Lave frequentemente as mãos com água e sabão, durante 40 a 60 segundos, ou com uma solução alcoólica. Mantenha o bebé afastado de pessoas doentes ou áreas afectadas. Limite a troca de brinquedos com outras crianças, sobretudo se os levam à boca. Neste caso, lave-os com água e sabão.
Se ainda amamentar e o bebé ficar doente, ofereça-lhe a mama com maior frequência, pois terá maior necessidade de líquidos. O leite materno é mais rico do que a água, sumo ou soluções de reposição hidroelectrolítica. Além disso, ajuda a proteger o sistema imunitário. Se o bebé estiver tão doente que não consegue mamar, dê o seu leite por copo, biberão, seringa ou conta-gotas.

E se estiver infectada com o vírus, posso amamentar?

Sim. Como as mães produzem anticorpos para combater as infecções, o seu leite é adequado para neutralizá-las no bebé. O aleitamento também ajuda a desenvolver a capacidade do bebé para se defender de infecções respiratórias. Durante o período de contágio, extraia o seu leite e peça a uma pessoa ou familiar não doente para dá-lo ao bebé.Se não tiver alguém para cuidar ou alimentar o seu bebé, siga os conselhos:
evite tossir ou espirrar a menos de 1 metro do bebé ou para a sua face;
proteja o nariz e a boca com um lenço quando tosse ou espirra e lave sempre as mãos depois;
utilize a máscara quando cuida do bebé e substitua-a quando estiver húmida;
para retirar a máscara, toque apenas nos atilhos ou elásticos e não na frente (caso contrário, deve desinfectar cuidadosamente as mãos antes de tocar no bebé).

quarta-feira, 12 de agosto de 2009